Brasil 2008, parte 1: Espírito Santo

Nossa primeira água de coco


Vila Velha e Vitória

Chegamos numa quinta-feira, dia 1 de outubro, ao meio-dia, no aeroporto de Vitória, onde nos esperavam papai, mamãe e Carla, minha amiga de infância. Que festa! Um calor insuportável, de-li-ci-o-so. Todas as malas chegaram direitinho, pegamos o carro que alugamos na Unidas (uma Parati novinha por R$ 80 a diária) e fomos pro primeiro hotel da nossa estadia: o Quality Suites, na Praia da Costa, em Vila Velha. Ficamos numa suite queen de frente pra praia, no décimo andar, pagando R$209 a diária. Valeu cada centavinho! Que tal a vista?

Vista da nossa varanda no Quality

A primeira providência em terras capixabas foi ir cortar cabelo, fazer a unha, depilar e fazer uma limpeza de pele básica. Daí escolhi o Kabelo’s, no Shopping Vitória, assim os homens poderiam ir passear no shopping enquanto as mulheres se embelezavam. O ruim do Kabelo’s é: eles sempre tentam te empurrar serviços que você não precisa, não quer e sempre dão um jeitinho de cobrar a mais por algum serviço. Assim tinha pedido alguns valores que eles me enviaram por email, de forma que eu podia provar. E não é que tentaram me cobrar 10 reais a mais pelo meu corte? Na hora de pagar, 70 reais em vez dos 60 informados por email… que saco! Falei que não tinha sido esse o valor combinado e paguei os 60 reais apenas. E mais: o cabelereiro insistiu pra me fazer uma escova, eu disse que não queria, que não faço jamais escova no cabelo pois gosto dele arrepiado, com volume, com ondas. Mas o menino insistiu e fez. E na hora de pagar a conta ele diz com a maior voz de quem está me dando um presentão: Não vou te cobrar a escova não, tá? Oras… se me cobrasse ia ver a baiana rodar! Por isso: o serviço é mais ou menos, nada assim extraordinário que compense os preços abusivos. Nem tinham oferecido nada pra gente beber depois de horas lá dentro, até que minha mãe chamou a atenção de uma funcionária. Enfim: não recomendo! 60 reais pé e mão? Nunca mais!

De aparência nova, nos arrumamos no hotel e fomos pra nossa primeira aventura gastronômica: a churrascaria Victoria Grill, eleita pela Veja Espírito Santo como a melhor casa de carnes do estado. Aqui foi uma decepção. A carne estava simplesmente OK, gostosa, mas absolutamente nada do que eu imaginava como a melhor carne do estado. Preferi mil vezes a Minuano, em Camburi, onde comemos em 2006, e meus amigos quase todos afirmam que a Gramado é que é a melhor churrascaria do ES. Nos acompanharam nesse jantar meus pais, minha irmã Tamara e meu cunhado Orlando. Além do mais, não havia aquelas rodelinhas de papelão verde de um lado, vermelha de outro, para que os garçons possam identificar se queremos mais carne ou não. Resultado: o tempo todo garçons em cima da gente à mesa, não dava tempo de mastigar nada e sempre que eu dizia não, obrigada, o garçon ainda insistia! Que saco! Não demoramos muito por lá pois queríamos dormir uma noite decentemente depois da viagem desde a Dinamarca, e voltamos pro hotel onde dormimos um sono merecido com o barulho das ondas…

Caipiurinha, queijo coalho na brasa e melaço

Passamos o dia seguinte na praia, que nem peixe. Eu não queria sair da água. Carla, minha amiga de infância,  ficou com a gente o dia todo. De noite fomos jantar no Mr. Picuí , restaurante de comida nordestina onde havíamos nos fartado em 2006. Outra decepção… a comida estava boa, mas nada comparado ao que tinha sido da outra vez. Acho que a qualidade e a quantidade diminuíram consideravelmente. O queijinho coalho na entrada estava delicioso, com o melaço ficou muito bom mesmo, mas o resto – a carne de sol, o feijão, a farofa – não me impressionou. Além de tudo eles têm um show de humor às sextas que eu achei um saco, além de super machista… sabem aquelas piadinhas infames? Saímos no meio do show, aqui estávamos com Carla e Israel e Marcela e André.

No sábado fomos à praia na frente do hotel mesmo. Na hora do almoço fomos pra casa de mamãe comer cozido, e Carla e Adélia se juntaram a nós. Cozido é um prato baiano, creio eu (minha família por parte de mãe é baiana), que crescemos saboreando nas férias de verão em Ilhéus e Salvador. Cozinha-se várias verduras numa panela de pressão: abóbora, batata, batata doce, banana da terra, quiabo, cenoura, chuchu, inhame, etc. Na outra panela cozinha-se músculo bovino, bastante, até que a carne esteja tão mole a ponto de se desfazer; toucinho, e carne de sol. Faz-se um pirão com o caldo da carne, e serve-se 🙂 Hmmmm!Estava tão, mas tão bom, que quase morri de ódio ao ver a cara da sogra colocando um tico de cenoura e batata e um grama de carne no prato, alegando que não estava com muita fome. Bocó… perdeu! E eu esqueci de tirar fotos do banquete e da cara da monga.

De noite fomos comer sushi no Sushimar (também recomendado pela Veja Espírito Santo), com Carla e Israel, Marcela e André e Tamara e Orlando. Foi uma delícia! Rodízio de sushi delicioso cercada de amigos queridos. Mais uma vez entramos madrugada adentro na conversa e fomos dormir depois das 2 da manhã.Domingo fomos almoçar no Canto da Roça com Wendell e Antônio, e Ana M. e família. Foi uma delícia! Quiabo, tutu, e toda a deliciosa culinária mineira… de tarde fomos visitar Tamara no apartamentinho dela e comer bolinho lá. Aproveitamos para dar uma voltinha pela UFES (saudadesssss!) e pelo Parque Pedra da Cebola, na frente da UFES. E de noite fomos ver o ensaio da melhor escola de samba do estado, a Unidos de Jucutuquara! Os sogros não podiam passar pelo Brasil sem ter tido um gostinho do carnaval 🙂

A sogra adorou

Também por esses dias visitamos o Convento da Penha, de onde se tem uma linda vista das duas cidades: Vila Velha e Vitória.

Mico no Convento da Penha

Terceira Ponte ligando Vitoria a Vila Velha

Os sogros adoraram ver os macaquinhos fazendo acrobacias nas árvores, em liberdade – o morro do convento é cercado por um pedaço caprichado de mata atlântica.Na terça passamos o dia na praia e de noite encontramos minha amiga Fernanda pra comer sanduíche. Uma pena o Kapo’s estar fechado, eles servem o melhor sanduba do estado e a Veja ES concorda. Acabamos no Oficina da Fome, não achei assim uma delícia mas os sogros amaram.

Na quarta cedinho arrumamos as malas e partimos para Pedra Azul!

Pedra Azul

A estadia no Aroso  foi pura tranquilidade. Ar puro, natureza, clima de montanha: 12 graus! Cavalgamos no Parque Estadual Pedra Azul, curtimos a sauna, a piscina (no frrrrio), e o melhor de tudo, como era dia de semana e fora da alta estação (que é em julho), não havia mais quase ninguém no hotel. Acho que vi uns 2 outros casais circulando por lá nas duas noites que nos hospedamos. Isso nos garantiu um atendimento exclusivérrimo, absolutamente impecável, comida fantástica, uma limpeza inacreditável (eu andei descalça do quarto para a piscina e sauna e de volta pro quarto e meus pés estavam branquinhos, não havia uma poeira sequer grudada neles). Enfim, Aroso: nota 10!

Aroso, Pedra Azul

Cavalgada em Pedra Azul

Na sexta-feira voltamos para Vila Velha, na descida demos uma paradinha em Domingos Martins, cidade símbolo da imigração alemã no Espírito Santo, e que vale a visita pelo charme, pelos restaurantes, pelos cafés-coloniais, pelas delícias caseiras como casadinhos, biscoitinhos amanteigados, doces diversos e geléias em compota. Me acabei de doce de jaca!

Guarapari

Nosso tempo no ES estava se esgotando. Esse último findi passamos em Guarapari, no apartamento de verão da família da minha amiga Marcela. Justamente nesse fim de semana o tempo não colaborou, fez um vento danado e uma chuva horrível de sexta a domingo. Mas foi uma delícia andar pelo centro de Guarapari e relembrar meus dias de adolescência. O famoso Beco, que vivia apinhado de gente no verão; a lanchonete Sonho de Mel, onde tomamos um caldinho delicioso – o meu foi de feijão, claro, os sogros de canjiquinha, o Jan foi de caldo verde – e ainda comemos coxinha com catupiry, que foi um dos hits da nossa viagem. A praia da Enseada Azul (felizmente abriu um solzinho que nos permitiu algumas horinhas de praia no sábado), o point de quase todos os verões da minha juventude… E a Moqueca do Curuca, em Meaípe (pertinho de Guarapari) simplesmente a melhor moqueca capixaba do MUNDO, servida com arroz, pirão divino e com banana da terra cozida, santo Deus! Se for ao ES, não comer a Moqueca do Curuca é simplesmente um sacrilégio!

Queijo coalho na Enseada Azul

Queijo coalho na Enseada Azul

Domingo churrascamos o dia todo na casa dos sogros da Carla, e de noite, já de volta a Vix para nossa última noite no ES, nos acabamos no Roda Pizza da Praia do Canto, um rodízio de pizza delicioso – não é assim a melhor pizza do estado mas a enorme variedade de sabores entre pizzas salgadas e doces, o precinho bom, o atendimento, a localização valem a visita. Nessa noite nos despedimos de nossos amigos, foi uma choradeira só, e fomos dormir no Ibis ali coladinho na pizzaria.

 

Sobre Flavia

Escritora, leitora e trilheira
Esse post foi publicado em Viajando. Bookmark o link permanente.

8 respostas para Brasil 2008, parte 1: Espírito Santo

  1. Emília disse:

    Flavia, que delícia de viagem! Família, praia, comida boa…deve ter dado para matar a saudade, hehe…Com certeza seus sogros saíram muito felizes daqui, quem não sairia? Tratados a pão-de-ló, hospedagem no Toque…tudo de bom 😀
    Ah, um toque final ótimo, jantar no Divina Gula: também não esqueço a desfiada confiada e eu e minha mama de vez em quando nos lembramos dela com água na boca 😀
    Um beijo!

  2. Muito obrigado pela visita e pelas palavras de carinho, para nós foi um grande prazer recebê-la com os seus em nossa terra, e não fizemos mais do que nosso dever trata-los bem.
    Um grande abraço.
    Robério Góes
    Farol da Foz Ecoturismo

  3. irenegomes disse:

    tudo isso e demai tenho muitas saudades das praias maravilhosa de todo maceio se eu podese eu voltaria morar em minha cidade maravilhosa minha maceio

  4. Fredson Luz disse:

    Bom dia, achei interessante sua viagem pelo nordeste, porém fiquei triste no que diz respeito ao meu Penedo. Como diz o ditado “A PRIMEIRA IMPRESSÃO É QUE FICA”, espero que possa voltar aqui e conhecer nossas belezas e não somente a parte onde todos os paises e cidades escondem. Pois qualquer pais do mundo tem suas cidades sujas, mal cheirosas, casas caindo aos pedaços etc. Pense nisso pois não se entra na casa de algum sem dar valor ao que é da terra. Boa viagem!!!!!!!!!

  5. Valney Batista disse:

    Pois é, que chato pra vocês viajando para lugares tão lindos e inesquecíveis, ter passado pela minha cidade tão linda, notável por grandes personalidades chamada a “Ouro Preto do Nordeste”, nossa cultura e artesanato. Cidade de emocionante história e memorável acervo arquitetônico, nossas belíssimas igrejas que carregam a história de nosso povo brasileiro, pois “Penedo” foi a primeira cidade às margens do Velho Chico e uma das primeiras cidades do nosso país, e não ter te causado tanto prazer quanto aos outros “paraísos”.
    É de se lamentar o fato de só conseguirem ver o que não podemos esconder, pois faz parte do nosso cotidiano.
    Sejam sempre bem vindos a Penedo e contem comigo para um memorável passeio em nossa belíssima cidade.

    Valney S. Batista (orgulho de ser penedense)

  6. Flavia Kaiser disse:

    Valney, pra mim é de se lamentar uma cidade com uma história tão rica quanto Penedo ter tão poucas e tão ruinzinhas opcões de hospedagem, e uma pena maior ainda que seus habitantes não dão a ela o tratamento que ela certamente merece.

    Lixo no chão em cada esquina é inadmissível numa cidade turística pequena e bucólica como Penedo. LIXO eu não perdôo mesmo. Pensem nisso como moradores e cuidem melhor de sua cidade. Exijam isso dos vizinhos e dos políticos também.

  7. tiagodosreis disse:

    Oi, Flavia, muito legal o seu post sobre a viagem a Vitória.
    Estou escrevendo um blog sobre turismo no Espírito Santo. Está bem no início mas, se tiver interesse, dá uma passada lá: http://rotascapixabas.wordpress.com/.
    Abs,
    Tiago

  8. Pingback: Espírito Santo pro Marcel | À Francesa

Deixar mensagem para Valney Batista Cancelar resposta